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segunda-feira, 16/09/2024.
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🍱 Saúde em foco! Lilian Meira alerta sobre os riscos de usar telas durante as refeições

Tempo de qualidade na hora da alimentação
texto de Lilian Meira, nutricionista do Colégio Carbonell

Com a vida corrida dos tempos atuais, estabelecer uma rotina no dia a dia é uma tarefa cada vez mais desafiadora. A rotina ajuda na dinâmica da família, permitindo regularidade nos horários de sono, refeições, banho, estudo, brincadeiras e no desenvolvimento de outros hábitos importantes para a saúde e bem-estar, disciplina, organização e compromissos coletivos.

Falando em momentos das refeições, posso dizer que promover uma alimentação saudável às crianças vai além de só escolher alimentos naturais e montar um pratinho colorido e equilibrado. O ambiente e o comportamento durante as refeições são parte dessa alimentação saudável.

Temos observado um crescente aumento do uso de telas durante a refeição pelas crianças, onde os pais ofertam o aparelho celular prontinho no canal que o filho mais gosta e, no mesmo instante, justifica dizendo: “ele só come assistindo, senão não come nada”.

O uso de telas durante a refeição traz inúmeros prejuízos à saúde das crianças. Quando uma criança está na frente de uma tela, toda a concentração está no que está vendo e ouvindo, quando, na verdade, ela deveria estar com o foco total nos alimentos que estão no prato. Isso atrapalha no desenvolvimento dos sentidos, como paladar, já que vai perdendo a habilidade de perceber os sinais de saciedade enviados pelo corpo; não percebe as texturas dos diferentes alimentos — daí a recusa dos vegetais em um determinado período da infância — nem a temperatura e sabores que estão sendo oferecidas na refeição. Outra questão é que a mastigação não é treinada e desenvolvida, aumentando o risco de engasgos, os sentidos — paladar, olfato e tato — passam despercebidos e o ato de comer se torna mecânico, sem interação e memórias afetivas.

A conexão entre a família e a comida também é uma parte valiosa na “qualidade” da alimentação e terá um impacto duradouro na saúde das crianças. Nós, pais, somos responsáveis pelos filhos, de modo que a herança que deixamos para eles no futuro depende do dia a dia na nossa casa, hoje.

O momento da refeição é um ato social: sentar-se à mesa, agradecer, partilhar experiências e receitas do que está sendo servido em um ambiente tranquilo e acolhedor é uma boa maneira de treinar as habilidades da criança. O uso dos talheres, colocando alimentos nele e levando até a boca, a atenção plena nessa atividade, sem distrações, fazem toda a diferença.

Que tal deixarmos de lado algumas falas?

  • “Meu filho só come bem com o celular na mão”.
  • “A tela distrai e ele come tudo”.
  • “O celular acalma e, assim, consigo colocar toda comida na boca dele”.
  • “Nesse restaurante não tem nada para criança fazer, então o desenho vai deixá-la quietinha e, assim, consigo conversar com meus amigos”.
  • “É só na hora do jantar que ela assiste desenho”.
  • “Ela tem a mesinha em frente à TV e, assim, come se distraindo um pouco”.

A educação nutricional é um dever da família e ela se estende no ambiente escolar. Negligenciar o dever não é evitar o cansaço no momento presente, é aumentar o cansaço na ocasião futura. O momento da refeição em família, todos os dias, estará ali.

O exemplo vem de casa.

Blog Carbonell
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